Não sei que força é essa que me persegue, me consome e me interrompe. Mas ela está aqui, me impedindo de tal forma, que, ás vezes pareço ser um fantoche ou um brinquedo sendo controlado por um controle remoto. A coragem se esvaeceu, tenho medos incontroláveis, ansiedade absurda que me suga a paciência, que até certo dia tinha. Cadê aquela vontade de se expor para o mundo e avisar que se faz presente? Cadê aquela menina que driblava as dificuldades? Cadê aquela menina que tinha e criava planos? Cadê a mulher que queria nascer? Porque isso agora? Porque essa incapacidade resolveu me perturbar agora, no momento em que eu mais precisava crescer e me fortalecer?
Sim. Agora essa sou eu falando de mim e por mim mesma. Sim. Agora essa sou eu vazia e incompleta. Que um dia pensou ser de um tudo mas, que não curtiu de um tudo. Sempre introspectiva, calada e anti-social. Antes percebia mudanças, agora não mais.
Porém, há de se ter uma certeza. Ainda há um tempo propício para mudanças, estou, eu aqui, desnuda, falando para quem ler: 'estou adepta á isso!' - Não quero e nem estou me fazendo de coitadinha, pois, foi, eu mesma quem criei. Toda essa situação em que vivo por agora, é tudo e tão somente por minha culpa. Agora, tenho coragem em assumir isso. E agora, nesse exato... me dói.
Mas, é ai que crio uma certa questão: 'porque eu e porque assim?'
'Bom, você sabe porque!' - Me desculpe, mas eu não.
sábado, 26 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Juntos ou não?
Ele tinha dúvidas e incertezas. Ela também. Ele sempre ficou sozinho. Ela também. Ele é bem bonito. Ela também. Ele tem 20. Ela também. Ele gosta de boa música. Ela também. Ele fica na internet. Ela também. Ele tem apelido. Ela também. Ele, ás vezes, está mal. Ela também. Quando ele está mal, ela fica por ele. Quando ele some, ela sente saudades. Quando ele lhe fala, ela sente seu coração acelerar. Quando ela vê ele, se apaixona mais. Mas ele, por ele mesmo, não demonstra. Ela lhe fala coisas bonitas para lhe confortar, para mostrar o quanto acha ele especial. Porém, ele não corresponde.
Mas, será que ela não deveria ligar para isso, e deixar que essa imensa vontade em estar ao lado dele á invada, mesmo que por um momento? Sendo que, ela não sabe sua real intenção?
(...)
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
A 2ª chance [Parte final]
... dá de cara com Ryan.
- 'Ryan?!' - Catarina fala, assustada.
- 'Bom dia pra vc tb! (risos) Vim lhe convidar para um café da manhã! '
- 'É... mas... é... que...'
- 'Não aceito, não como resposta! Vamos!'
Ryan pega a mão de Catarina e segue á padaria mais perto. Enquanto Catarina procura entender o que se passa, se o rapaz está interessado realmente nela ou brincando com ela, afinal, nunca se julgou boa o bastante, lembram-se?
- 'No que está pensando?' - pergunta Ryan.
- 'Nada. Err... quer dizer... o que vamos comer?'
- 'O que você quiser, pode escolher! Fica tudo por minha conta.'
- 'Você vai me acostumar mal, desse jeito!'
- 'Imagina. Faço questão!'
(...)
Após o café, Catarina resolve falar, conversar, se abrir ao Ryan. Para que ele saiba seus medos, seus desejos... quem sabe não é ele, quem ela esperava.
- 'Ryan? Porque eu?'
- 'Hã?'
- 'Digo... por ontem, a companhia, a conversa, a preocupação e o café de hoje, então. Porque?'
- 'Porque era a única mesa que tinha lugar!' - ele brinca
- (risos) 'Tô falando sério! Acho que você está perdendo o seu tempo!'
- 'Tô nada. Tô é ganhando. (risos) Já viu o quanto seu sorriso é bonito? E a sua voz? Me encantei!'
- 'E se eu te falar, que eu sou meio louca?'
- 'Enlouqueço junto com você!'
- 'E se eu te falar, que...'
Ryan a interrompe.
- 'Parou. Tá tentando se livrar de mim neh? Não vai adiantar. Não vou desistir de você!'
- 'Mas fala sério. Me acha interessante mesmo?'
- 'Acho menina e quero ficar com você. Pode ser?'
- 'Nossa! Que jeito de pedir em namoro...' (risos)
- 'É. Sou direto. Hoje temos que ser assim!' - Ryan fazendo cara de durão, como sempre bem humorado. Catarina sorri...
(...)
Passou dias, meses, anos. Catarina hoje tem 30 e Ryan 32. Dois filhos, gêmeos idênticos. Catarina se livrou da depressão, graças ao seu companheiro e seus filhos. O cigarro e a bebida, somente no social, nada no exagero. Ela lhe deu uma segunda chance, aliás, a segunda chance lhe achou e lhe concedeu. Foi no bom humor e na companhia de Ryan que ela se recuperou e anda evoluindo á cada dia.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
A 2ª chance
Era um dia frio e normal, como qualquer outro e Catarina decide sair. Foi até um bar, que rola música ao vivo, pra se distrair um pouco, afinal, sua vida não era uma das melhores. Tinha depressão, vivia tendo pensamentos ruins, já tentou até por fim em si mesma. Toma remédios controlados diariamente, e pra ajudar na sua situação; foi traída pelo seu último namorado, que era 10 anos mais novo(...)
Segundo ela, não gostava de viver, e usava do cigarro, bebida; como válvula de escape para seu sofrimento enquanto pessoa. E só trabalhava para seu sustento, se não fosse por isso, vivia trancafiada em seu humilde apartamento, até que um dia alguém lhe desse falta. Ela não vê motivos cabíveis para sua existência e reza todos os dias... [reza, não no sentido de se doar á Deus, mas de se implorar ao pior].
Partia muito do conceito de 'não sou boa o bastante, não mereço viver' ou 'pra quê existir?'. (...)
Até que, eis que resolve surgir alguém no bar. Camisa xadrez, calça jeans e tênis, era como estava vestido. Seus cabelos eram pretos e seus olhos castanhos claros. Ao entrar, Catarina se hipnotizou.
'Quem será ele?' - foi no que pensou. Como todas as mesas estavam ocupadas e a única que tinha lugar era de Catarina, ele não hesitou em pedir licença, para se sentar.
- 'Como se chama jovem?'
- 'É... Catarina!'
- 'Lindo nome... está esperando alguém?'
- 'Não!' - responde envergonhada.
- 'Ah. Sempre quis vim nesse bar, todos falam super bem! Já tomou o drink da casa?! Dizem que é o melhor!'
- 'Não!' - responde ainda hipnotizada.
- 'Você não é muito de conversar ou estou lhe incomodando?'
- 'Não e não. (risos) Desculpe, é que sou tímida, com quem não conheço!
- 'Ah. Eu que desculpo. Sou o contrário, 'entrão' e falante! (risos) Tem planos pra essa noite?'
- 'Err...' (engolindo seco)
- 'Ah, perdão, vc deve ter namorado e eu aqui...'
- 'Não, não tenho. Mas é que, andava meio fechada pra relacionamentos ultimamente!'
- 'Mas porque? Você é jovem e bonita. Tem que aproveitar!'
- 'É. Sei disso. Mas...'
Catarina se levanta da mesa e segue para a saída. O rapaz ficou assustado sem entender e vai atrás.
- 'O que houve Catarina?'
- 'Nada. Lembrei que preciso acordar cedo e já está ficando tarde. Me desculpe!'
- 'Tudo bem. Quer que eu lhe acompanhe até em casa?'
- 'Não, tudo bem. Moro aqui perto...'
- 'Não. Eu faço questão. Afinal, já está tarde e tem muito bandido por aí essa hora!'
Catarina dá um leve sorriso, que há muito ninguém á arrancava e como já estava encantada, se sentiu á vontade com ele.
- 'Chegamos! É aqui...' - apontando para seu apartamento.
- 'Ah. Agora sei onde mora. Posso lhe visitar qualquer dia desses?'
- 'Err... claro! Ah. Desculpe, não perguntei seu nome?'
- 'Pensei que não fosse perguntar! (risos) É Ryan, mademoiselle!' - fazendo gestos como um cavalheiro á moda antiga.
- '(risos) Lindo nome!'
- 'Brigada.'
(silêncio)
Os dois se olhavam e nada diziam.
- 'Bem. Vou entrar!'
- 'Ah sim. Tenha uma ótima noite, Catarina!'
- 'Brigado Ryan e valeu pela companhia, estava precisando, você apareceu na hora certa!'
- 'Você não gostaria do meu telefone? Porque, eu quero o seu. (risos)'
- 'Ah, claro. Vou anotar aqui no papel pra você!' - ela abre a bolsa e pega um papel, anotando o nº - 'Pronto! Aqui está!'
- 'Agora sim vou embora feliz. Boa noite!' - Ryan se despede, enquanto Catarina observa e lhe dá com a mão.
Ela entra, toma um banho e se prepara pra dormir. Deita na cama e só sabe pensar no Ryan, parece que conseguiu se encantar, depois de meses sozinha. Ao acordar, no dia seguinte, abre a porta e(...)
(continua)
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
O bilhete [Parte final]
...estava escrito: ''Ouvir sua voz não basta para o meu desejo.
Não consegui ir ao trabalho naquele dia. Fiquei em casa matutando, pensando na possibilidade desse mistério acabar naquele momento, pois, não conseguiria seguir minha semana com a curiosidade me matando por dentro. Foi quando decidi voltar á praça. Já era tarde, por volta das 21hs. Parece que áquelas palavras haviam me balançado de algum jeito, e sempre me achei inatingível, fria e individualista. (...)
Sentei num banco de cimento, sendo iluminada pela Lua e estrelas. De repente senti uma respiração atrás de mim, e alguém falou: ''Não olhe, apenas ouça... sempre vou lhe proteger e amá-la... '' - não esperei terminar, me levantei e virei rapidamente. Uma surpresa. Não havia ninguém mais e uma rosa havia sido deixada no chão, um cheiro de perfume se exalava junto com o vento frio, que me congelava. Era estranho, não senti medo algum, muito pelo contrário. Fiquei confortada e encorajada. (...)
Quem e o que seria, dono daquela misteriosa ligação? E do bilhete, e voz que ouvi na praça?! Trago e carrego comigo até hoje essas perguntas. O bilhete e a rosa continuam intactas em uma das minhas gavetas. Esses presentes poderiam ser de um Anjo?
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
O bilhete
Me lembro como se fosse ontem. Acordei, me levantei e fiquei na frente do espelho. Reparei que meu rosto estava desconfigurado, olho arregalado, parecia que não dormia á dias, o mau humor reinava... foi quando recebi uma ligação. Uma voz meio rouca e baixa perguntou por mim. Quando acordo, odeio atender á telefonemas e muito menos conversar, fui logo adiantando 'que não me encontrava'. Perguntei se queria deixar algum recado, a pessoa indagou-me para saber se eu realmente não era quem estava procurando. Parecia que me conhecia há anos, que conhecia a minha voz e que até fez parte da minha vida. Fiquei com receio e desliguei o telefone, nem dei chances para que estendesse a conversa. Pensei até na possibilidade de ser um ex-companheiro, que me atormentava e até me seguia nas ruas, nem sei porque ainda insistia.
No dia seguinte, fui até a praça fazer uma rápida caminhada antes do trabalho, como de costume. Foi quando vi, á alguns quarteirões da praça. Alguém me observava com o olhar fixo, sem piscar, sem nem ao menos se movimentar, parece até que estava me analisando, contando meus passos, como se eu fosse um bicho. Mas, não parei e nem voltei pra casa por causa disso, continuei com os passos firmes e não olhei mais para aquela esquina, onde esse alguém estava me vigiando.
Passando alguns minutos, retornei o olhar para a esquina e não tinha mais ninguém, desci rumo á minha residência. Foi quando vi na porta, um bilhete escrito á mão havia sido deixado ás pressas, com uma escrita mal feita e algumas palavras rabiscadas, uma tentativa inútil de corrigi-las. Comecei á ler com calma, e...
(continua)
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