quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O bilhete



Me lembro como se fosse ontem. Acordei, me levantei e fiquei na frente do espelho. Reparei que meu rosto estava desconfigurado, olho arregalado, parecia que não dormia á dias, o mau humor reinava... foi quando recebi uma ligação. Uma voz meio rouca e baixa perguntou por mim. Quando acordo, odeio atender á telefonemas e muito menos conversar, fui logo adiantando 'que não me encontrava'. Perguntei se queria deixar algum recado, a pessoa indagou-me para saber se eu realmente não era quem estava procurando. Parecia que me conhecia há anos, que conhecia a minha voz e que até fez parte da minha vida. Fiquei com receio e desliguei o telefone, nem dei chances para que estendesse a conversa. Pensei até na possibilidade de ser um ex-companheiro, que me atormentava e até me seguia nas ruas, nem sei porque ainda insistia.

No dia seguinte, fui até a praça fazer uma rápida caminhada antes do trabalho, como de costume. Foi quando vi, á alguns quarteirões da praça. Alguém me observava com o olhar fixo, sem piscar, sem nem ao menos se movimentar, parece até que estava me analisando, contando meus passos, como se eu fosse um bicho. Mas, não parei e nem voltei pra casa por causa disso, continuei com os passos firmes e não olhei mais para aquela esquina, onde esse alguém estava me vigiando. 


Passando alguns minutos, retornei o olhar para a esquina e não tinha mais ninguém, desci rumo á minha residência. Foi quando vi na porta, um bilhete escrito á mão havia sido deixado ás pressas, com uma escrita mal feita e algumas palavras rabiscadas, uma tentativa inútil de corrigi-las. Comecei á ler com calma, e...



(continua)


Nenhum comentário:

Postar um comentário